As Lucias do especial

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Lucia Di Lammermoor: Anna Netrebko
Edgardo: Piotr Beczala
Enrico: Mariusz Kwiecien
Raimondo: Ildar Abdrazakov
Alisa: Michaela Martens
Arturo: Colin Lee
Maestro: Marco Armiliato
Orquestra: Metropolitan Opera Orchestra 
Metropolitan Opera, Nova York, 2009


Lucia Di Lammermoor: Maria Callas
Edgardo: Giuseppe Di Stefano
Enrico: Rolando Panerai
Raimondo: Nicola Zaccaria
Alisa: Luisa Villa
Arturo: Giuseppe Zampieri
Normanno: Mario Carlin
Maestro: Herbert Von Karajan
Orquestra: Rias Symphony Orchestra, Berlin
Teatro Alla Scala, Milão, 1955

Lucia Di Lammermoor: Joan Sutherland
Edgardo: Renato Cioni
Enrico: Robert Merril
Raimondo: Cesare Ciepi
Alisa: Anna Raquel Satre
Arturo: Kenneth MacDonald
Normanno: Rinaldo Pelizzoni
Maestro: John Pritchard
Orquestra: Academia di Santa Cecilia
1961


Lucie De Lammermoor: Natalie Dessay
Edgard: Roberto Alagna
Henri: Ludovic Tézier
Raymond: Nicolas Cavallier
Arthur: Marc Laho
Gilbert: Yves Saelens
Maestro: Evelino Pidó
Orquestra: Opera National de Lyon
Teatro Nacional de Lyon, 2002


Lucia Di Lammermoor: Joan Sutherland
Edgardo: Richard Greager
Alisa: Patricia Price
Normanno: Robin Donald
Enrico: Malcom Donelly
Raimondo: Clifford Grant
Maestro: Richard Bonynge
Orquestra: The Elizabetan Sydney Orchestra
Sydney Opera House, 1988


Lucia Di Lammermoor: Natalie Dessay
Edgardo: Joseph Calleja
Enrico: Ludovic Tézier
Raimondo: Kwangchul Youn
Alisa: Theodora Hanslowe
Arturo: Matthew Plenk
Maestro: Patrick Suers
Orquestra: Metropolitan Opera Orchestra
Metropolitan Opera, Nova York, 2011



Serão ao todo 6 produções de Lucia, 3 em CD e 3 em DVD, além de 4 protagonistas, duas da atualidade e duas do passado. Qual será a melhor?

Maria Callas - Arie Celebri Vol 1

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Turandot (G. Puccini)
1- Signore Ascolta (Liú)
2- In Questa Reggia (Turandot)
3- Tu Che Di Gel Sei Cinta (Liú)
I Puritani (V. Bellini)
4- Son Vergin Vezzosa (Elvira)
5- O Rendetemi La Speme (Elvira)
6- Vien Diletta, È In Ciel La Luna! (Elvira)
Pagliacci (R. Leoncavallo)
7- Qual Fiamma Avea Nel Guardo (Nedda)
La Bohéme (G. Puccini)
8- Donde Liesta Usci (Mimi)
Il Turco In Italia (G. Rossini)
9- Non Si Da Follia Maggiore (Fiorilla)
Macbeth (G. Verdi)
10- Nel Dí Della Vittoria (Lady Macbeth)
11- Vieni! T'affretta (Lady Macbeth)
12- Duncano Sará Qui? (Lady Macbeth)
13- La Luce Langue (Lady Macbeth)
14- Una Macchia È Qui Tuttora (Lady...)
Il Pirata (V. Bellini)
15- Oh! S'io Potessi (Imogene)
16- Col Sorriso D'innocenza (Imogene)
17- Quel Suon Ferale (Imogene)

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Os discos dessa coleção são considerados por mim, o maior tesouro que meu pai deixou depois de falecer.  Na epóca peguei para ouvir por curiosidade, pois já tinha ouvido falar da famosa soprano em um vídeo por ai, e já que tinha muito contato com o Metal Sinfônico, decidi ver como era o gênero que tanto o influenciava.

No inicio era difícil, mas depois de algumas audições as canções pareciam entrar na minha mente mais facilmente, e finalmente ia tomando gosto pela "maior interprete da história". Depois dela  outras divas enfeitarem minha coleção online e real.

O que a Maria Callas tem de especial? pode perguntar um incauto visitante, a resposta para essa pergunta é uma das 3 bases que uso para avaliar o canto. Avalio todos os cantores em: técnica, interpretação e timbre, além de outros Sub-tópicos contidos nesse tópicos citados.

Ela se destaca na interpretação, onde não é ladeada por nenhuma outra cantora. Callas não apenas interpreta seus papéis, ela os vive. Ama, odeia, sofre, morre, alegra-se tudo isso ela faz com as vísceras, perto dela, a grande maioria dos cantores são meros autistas. O vídeo abaixo confirma esse fato.


A história da grande diva grega, também é marcada pela trágedia como atesta sua biografia, morreu em 1977, mas seus amigos mais próximos diziam que ela já estava morta a muito tempo. A voz de Maria Callas é um tesouro que os discos conseguiram preservar, possuindo papeis que são imbativeis, e que no máximo foram igualados.

Essa coleção tem 3 volumes e aborda um repertório bem abrangente que vai desde o Belcanto ao Verismo, passando também pela ópera verdiniana (Verdi), Francesa e até a Alemã. Nessa primeira coletanea destaco sua sensacional Rainha Turandot que sempre me arranca o folego na ária "In Questa Reggia", e minha Elvira de eleição.

Outro grande destaque é: a maior Lady Macbeth da história e sua prestação ímpar a ópera que alavancou o sucesso de Bellini na Europa, Il Pirata. Suas prestações ao verismo são: Nedda, Mimi e Liú, que a execeção da primeira constituem apenas em curiosidades, pois apesar de bem cantadas, Liú e Mimi tem melhores interpretes que Callas. Por outro lado Nedda é um dos triunfos da Grega.

Sua pequena prestação a Il Turco In Italia, que diga-se de passagem também é sensacional. Todas as gravações pegam Maria no auge da forma vocal, e a qualidade de som também é muito boa para a epóca. As árias de I Puritani foram retiradas desse mítico registro, e pode se dizer que concordo plenamente com o autor em questão.

Boa audição

Tosca

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Papéis Principais

Floria Tosca: Soprano
Mario Cavaradossi: Tenor
Barão Scarpia: Barítono
Cesare Angelloti: Baixo
Sacristão: Barítono
Spoletta: Tenor

Descrição

Floria Tosca: Cantora de ópera
Mario Cavaradossi: Seu Amante
Barão Scarpia: Chefe da polícia Romana
Cesare Angelloti: Um rebelde em fuga
Sacristão: Sacristão
Spoletta: Capanga de Scarpia







Nome Em Português: Tosca
Compositor: Giacomo Puccini
Tipo de Enredo: Tragédia
Atos e Duração: Três atos com 2H de duração
Data da Composição: 1896-1899 em Italiano
Estreia: 14 de Janeiro de 1900 no Teatro Constanzi em Roma, Itália
Libretista: Giuseppe Giacosa e Luigi Illica, com base na peça, La Tosca (1887), de Victorien Sardou
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A ópera de Puccini mais calcada no enredo, é um drama ardente de amor, ciúme, coragem e morte. Ao ver Sarah Bernhardt na peça Tosca, de Sardou, Puccini logo percebeu seu potencial operístico. Moldada no temperamento inflamado de Tosca, a partitura e cheia de árias e duetos emocionantes.

No centro está o impressionante confronto entre Tosca e Scarpia no Ato II, no qual ambos usam o sexo como arma, até ele cair morto aos pés dela. Para acompanhar a ação, a orquestração de Puccini é mais convulsa que tudo que já compusera. No lugar da poesia, observou, ele optou pela paixão

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* Tosca é famosa pelos incidentes no palco. Certa vez um grupo de extras, mal-orientado, fuzilou Tosca em vez de Cavaradossi; de outra, Tosca pulou para a morte, bateu numa cama elástica e voltou à cena.
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Maria Callas (1923-1977)

A soprano mais carismática do séc.XX, ela própria uma temperamental cantora de ópera, ficou conhecida por papéis de grande intensidade, como Tosca. Sua voz fenomenal não era bela no sentido convencional, mas vibrante, de personalidade e tinha um efeito eletrizante sobre o público. Também fora do palco ela foi a quinta-essência da diva. Morreu jovem, tornando-se uma lenda.







Árias Famosas

*Recondita Armonita
*Mia Gelosa
*Ha Piú Forte Sapore
*Vissi d'arte
*E Lucevan Le Stelle
*O Dolci Le Stelle

Jonas Kaufmann, Angela Gheorghiu, Antonio Pappano e Bryn Terfel agradecendo ao fim de uma recita de Tosca realizada no Royal Opera House em Londres, no ano de 2011

Gaetano Donizetti

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Nascimento: 29 de Novembro de 1797
Local de Nascimento: Bérgamo, Itália
Morte: 8 de Abril de 1848,
Local da Morte: Bérgamo, Itália

Principais Óperas

Zoraida di Granata (1822)
Anna Bolena (1830)
L'elsir d'amore (1832)
Lucrezia Borgia (1833)
Maria Stuarda (1834)
Lucia di Lammermoor (1835)
Roberto Devereux (1837)
La Fille du Régiment (1841)
La Favorite (1840)
Don Pasquale (1843)
Don Sébastien  (1843)

Obs: O Livro aborda as óperas negritadas ao longo do capitulo.



Sob muitos aspectos o mestre negligenciado da primeira fase da ópera romântica italiana, ainda hoje - muito depois do renascimento, a partir do anos 50, do estilo floreado conhecido como bel canto - só meia dúzia de suas quase 75 óperas é regularmente levada ao palco. Todavia, por mais de uma década, a partir de 1830, esse modesto e gregário inventor de melodias foi o compositor italiano dominante de sua época.

Embora tenha ficado à sombra de Rossini e Verdi, Donizetti serviu na verdade de ponte entre esses dois gigantes da ópera: como Rossini, acreditava no bel canto, e, como Verdi, considerava que a música devia servir o drama. Mas também era um inovador: eliminou os excessos de Rossini - crescendos, árias duplas e árias de finale - e rejeitou a tradicional separação entre recitativos e árias, encaminhando-se na direção da música contínua. Acima de tudo, era um artesão que trabalhava duro e compunha melodias magníficas.

Nascido em família pobre, Donizetti recebeu aulas gratuitas de música de Simon Mayr, padre de origem bávara que era diretor musical da principal igreja de Bérgamo, além de renomado compositor de óperas. Entrou em seguida para a academia musical de Bolonha, onde compôs sobretudo música sacra. Mas se sentia atraído pela ópera, em especial porque, como jovem compositor tentando ganhar a vida, percebia ser quase insaciável a sede de ópera na Itália do séc.XIX. Exímio tanto na ópera seria quanto na ópera buffa, compôs 31 obras em 12 anos, principalmente para Nápoles.

Em 1830 , recebeu encomenda para compor uma tragedia lirica para o Scala de Milão. O sucesso de Anna Bolena o consagrou, inclusive fora da Itália. Dezoito meses e quatro óperas depois, ele seria novamente aclamado em Milão, desta vez por L'Elisir d'amore, uma de suas obras mais populares, Tal como Anna Bolena, a nova ópera tinha libreto de Felice Romani, poeta-dramaturgo que também escrevia para Bellini. Trabalhando com extraordinária rapidez, Donizetti comporia mais quatro óperas antes de ser aplaudido no Scala por Lucrezia Borgia, em 1833.

A Luta Com Os Censores

Maria Stuarda seria proibida em Nápoles em 1834, pelo tema subjacente do confronto entre protestantes e católicos. Donizetti usaria parte da partitura numa ópera chamada Buondelmonte, mas conseguiu montar Maria Stuarda no Scala em 1835. Foi também em Nápoles, nesse mesmo ano, que criou sua tragédia mais memorável, Lucia Di Lammermoor.

"Virginia Vasseli, mulher de Donizetti, morreu aos 29 anos, no parto do terceiro filho natimorto."

A vida pessoal de Donizetti foi igualmente marcada pela tragédia: sua mulher morreu  morreu em 1837 aos 29 anos, depois de dar à luz uma criança natimorta. Sua reação à morte das duas foi uma intensa tragédia passada na Grã-Bretanha, Roberto Devereux, relato imaginoso do amor de Elizabeth I pelo conde de Essex.

No Ano seguinte, após a proibição de Poliuto em Nápoles, ele se mudou para Paris onde, com Rossini aposentado e Bellini morto, não havia concorrentes italianos a sua altura.



Triunfo Na França

Desse Período destacam-se três óperas: La fille du régiment, La favorite e Don Pasquale, todas estreadas em frânces. Em 1843, contudo ao criar sua derradeira obra, Don Sébastien, uma grand ópera em cinco atos, a sífilis contraída anos antes minava rapidamente sua saúde física e mental. Conhecido pela paciência e o encanto pessoal, ele de repente tornou-se irascível. O pior ainda viria, com a internação num manicômio em 1846. Por fim foi levado pela família para Bérgamo, onde morreu completamente louco em 1848.

Maria Callas (Lucia Di Lammermoor)

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Maria Callas é conhecida como a maior cantora lírica desde que se começaram a registrar óperas em CDs de aúdio. Tem como papeis de destaque absoluto: Norma, Violetta, Tosca e Lucia entre outras pérolas do Belcanto e da ópera italiana.

Maria Callas revolucionou a interpretação da Lucia. Uma destacada interprete de Lucia, disse com tristeza, que depois que ouviu a Lucia de Maria Callas, ela percebeu que não sabia interpretar o papel.

Lucia foi um papel escrito para sopranos de coloratura que pudessem alternar passagens drámaticas e virtuosas. Logo uma soprano somente virtuosa, faria uma Lucia autista, e uma somente drámatica ou Spinto, faria da Lucia apenas um boneco articulado em palco.

Maria Callas é a cantora que melhor une coloratura a interpretação. Creio que ninguém supera La Divina na interpretação, e que depois de ouvi-la em uma interpretação, todas as outras, mesmo as melhores, parecem superficiais e  frias.

A gravação que foi escolhida para o nosso festival de Lucia Di Lammemoor foi a de 1955, que mostra Maria Callas no auge de sua carreira acompanhada ainda do maior Edgardo discográfico (Giuseppe Di Stefano), promete horas de boa música. Como vocês sabem eu já sou Callista por natureza, principalmente por causa da minha herança. Pelo andar da carruagem terei que arrebentar a escala quando for fazer a análise final.

Para aqueles que querem ouvir também essa mítica interpretação, o link está disponível em 3 parte no site Sic Transit Opera Mundi.

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Lucia Di Lammemoor: Marco Armiliato, Metropolitan Opera (2009)

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Anna Netrebko interpretou em 2009 no Met sua primeira Lucia, em uma recita que gerou diversas opiniões sobre sua prestação, esteve acompanhada do tenor polaco, Piotr Beczala que interpretou Edgardo nessa recita.

Vamos começar falando do surpreendente Enrico interpretado pelo também polaco, Mariuz Kwiecien. O timbre transpira maldade e elegância, foi sensacional tanto no registro agudo como o grave, e cenicamente esteve irrepreensível. Uma interpretação a recordar.

Outro ponto alto desse DVD é a encenação elegante proposta por Mary Zimmerman, se destacando principalmente na 2ª cena do primeiro ato, e na Mad Scene. A única escolha que achei equivocada, não será mencionada aqui para não dar spoiler sobre a ópera, mas posso dizer que acontece justamente no final da ópera. Entretanto só um pequeno aspecto não destrói esse maravilhosa encenação.

A Lucia proposta por Netrebko provavelmente vai figurar entre as minhas favoritas de sempre, pois muito me agrada suas incursões no belcanto principalmente por causa do seu bélissimo timbre com o qual banha a coloratura de suas personagens. A voz é bem potente e seus agudos são estratosféricos, a coloratura só peca na agilidade, coisa que nunca foi a especialidade da cantora.

O fraseado nem sempre é perfeito, mas até que a cantora se saiu muito bem no fraseado da "Mad Scene" que é o ponto alto dessa ópera, roçando a genialidade em alguns momentos. Apesar desses problemas o timbre extremamente aveludado e belo da cantora, compensa quaisquer deficiências no fraseado, quanto a agilidade...

A cantora cenicamente é espetacular, e na interpretação vocal banha sua Lucia em uma espécie de lírico-spinto, só que com agudos potentes e uma coloratura muito boa. a coloração das palavras foi muito boa, e ficou nítida a total entrega da cantora ao papel.

O Edgardo interpretado por Beczala se destaca principalmente pelo seu timbre luminoso (ainda que menos luminoso, que em uma "Die Zauberflöte" que assisti a um tempo). O cantor esteve muito bem em toda recita, e foi melhorando cada vez mais ao longo da ópera, chegando ao ponto máximo em sua última ária "Tu Che a Dio Spiegasti i'ali".

Todos os outros estiveram em seu melhor nível, entre eles destaco a ária do Capelão interpretado por Ildar Abdrazakov, que antecede a "Mad Scene", e o Normanno interpretado pelo tenor que possui nome de Serial Killer de filmes de terror, o Michael Myers.

Anna Netrebko em sua leitura de Lucia só não agrada os fãs de interpretes mais ágeis e pirotécnicos na leitura da coloratura, caso você seja um desses, aconselho que continue nos acompanhado, pois daqui a pouco abordaremos a Lucia da Sutherland.

Nota: 9 *********

Triunfante!

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Como está ficando habitual, Netrebko mais uma vez triunfa no Met, dessa vez no papel de Anna Bolena. Ontem dia 15 a ópera foi para os cinemas portugueses, e até agora os elogios chovem. Muitos já a colocam como uma das melhores "Annas Bolenas" da história junto com Maria Callas, Sutherland e Beverly Sills, e atualmente não tem nenhuma rival no papel.

Netrebko vive hoje o auge de sua gloriosa carreira, e na hora certa apreciarei sua prestação a Anna Bolena, que pelo os excertos que eu ouvi está realmente arrebatadora! Por hora fico com sua Lucia.

Incenso

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Ontem eu comprei na loja Leitura, um Best Of consagrado a Dame Kiri Te Kanawa com árias de Mozart, Richard Wagner, Puccini, Schumann e até coisas dispensáveis de musicais. Comprei o disco por vinte reais, e fiquei com o maior medo de me decepcionar, porque eu sabia que a Kiri Te Kanawa era uma excelente mozartiana, mas do repertório de Puccini e Wagner eu não sabia nada dela, e tinha muito receio a essa prestação a Wagner e aqueles compositores contemporaneos.

Cheguei em casa, e logo abri o CD  para ouvi-lo, e fui brindado com uma das vozes mais bonitas que eu podia ouvir. Kiri Te Kanawa é a melhor Fiordiligi (Cosí Fan Tutte) da história ladeada apenas pela Reneé Fleming, que é basicamente uma herdeira da primeira. O Puccini de Te Kanawa é de excepção, e ela também não faz feio nas duas árias dedicadas a Tannhäuser de Wagner, ainda que sua voz não seja o instrumento ideal para esse compositor.

O timbre dela é cremoso e matizado a ouro, e ela espertamente escolheu as árias mais melódicas de Puccini: Mimi, Tosca e Laurette para interpretar, e todas essas árias são muito beneficiadas pelo seu timbre. Os agudos são luminosos e marcantes, no fraseado não vai mal, e mesmo quando não se entende nada, temos o timbre belíssimo para compensar.

Como disse ela vai bem em Richard Wagner, mas sua voz é leve e luminosa demais para esse tipo de repertório que pede cantoras com maior capacidade drámatica e timbre mais escuros e pesados. Por sorte as árias que ela escolheu são as mais "líricas" possíveis para Wagner, o que torna sua prestação acima da média.

As duas últimas faixas são de compositores contemporaneos, e constituem apenas uma curiosidade, sendo que os destaques do disco são as árias dedicadas a Mozart e Puccini que constituem 10 das 15 faixas do CD.  Um excelente disco que peca mais por não conter nenhuma ária de Richard Strauss, compositor do qual Kiri era destacada interprete.


Nota: 8,5 ********1/2

Degustando...

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A primeira Lucia a ser avaliada nesse blog será a da Netrebko, que pode ser assistida na íntegra nesse canal com todas as suas 14 partes. Aqui vai o trailer da encenação:


As considerações sobre essa ópera saíram em breve.

Lucia Di Lammermoor

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Papéis Principais

Lucia Di Lammemoor: Soprano
Edgardo Ravenswood: Tenor
Enrico Ashton: Barítono
Raimondo: Baixo
Arturo: Tenor
Alisa: Mezzo-Soprano

Descrição

Lucia: Protagonista
Edgardo: Seu amado
Enrico: Irmão de Lucia
Raimondo: Capelão
Arturo: Se eu falar vira spoiler
Alisa: Serva e confidente de Lucia 







Nome Em Português: Lúcia Di Lammermoor
Compositor: Gaetano Donizetti
Tipo de Enredo: Drama trágico
Atos e Duração: Três atos com 2H e 30M de duração
Data da Composição: 1835 em Italiano (em 1839 foi escrita sua versão francesa)
Estreia: 26 de Setembro de 1835 
Local da Estreia: Teatro di San Carlo em Nápoles, Itália
Libretista: Salvatore Cammarano
Baseado em: The Bride of Lammermoor de Walter Scott 
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A obra mais requintada de Donizetti, é o clímax da ópera romântica italiana, mencionada em duas grandes obras do romantismo: "Madame Bovary", de Flaubert, e "Anna Karenina", de Tolstói. Drama pungente sobre o esmagamento do amor e da vida em meio a brigas de clãs, também evoca "Romeu e Jullieta".

Muito conhecida pela "cena da loucura" de Lucia (Ato III), tem várias outras melodias inesquecíveis. Lucia e seu amado Edgardo, tem árias emocionantes e um comovente dueto. O sexteto de textura opulenta que encerra o Ato II, com cada voz expressando uma emoção diferente, é um dos mais belos ensembles do repertório operístico.

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*Durante a ocupação austríaca, a polícia proibiu uma produção em Parma (1837), pois os vestidos das mulheres do coro eram brancos com fitas vermelhas e verdes, cores do movimento de independência da Itália.*
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Walter Scott

Personificação do romantismo gótico, Sir Walter Scott era extremamente popular na Europa do séc XIX. Teve 16 de seus romances adaptados como óperas. Lucia Di Lammermoor, de Donizetti, é a mais conhecida dentre seis versões operísticas de The Bride Of Lammermoor. A última ópera de Bellini, I Puritani, inspirou-se em Old Mortality; Rossini transformou The Lady Of The Lake em La Donna del Lago; e a ópera La Jolie fille de Perth, é inteiramente baseada em The Fair Maid of Perth.





Árias Famosas

*Regnava Nel Silenzio - Ária do 1º Ato
*Ah! Verrano A Te Sull'aure - Dueto do 1º Ato
* Se Tradimi tu Potrai - Dueto do 2º Ato
* Chi Me Frena in tal Momento - Ensemble do 2º Ato
* Il Dolce Suono - Ária do 3º Ato
* Tu Che a Dio Spiegasti I'alli - Ária do 3º Ato

A soprano coloratura francesa Natalie Dessay, vista aqui no Met, Nova York, em 2007, fez de Lucia Di Lammermoor um de seus papeis favoritos

Especial - Lucia Di Lammermoor

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Vivaldi - As Quatro Estações (1723)

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A Primavera
1- Allegro (Primavera)
2- Largo e Pianissimo
3- Allegro Pastorale

O Verão
4- Allegro Non Molto (Verão)
5- Adagio
6- Presto

O Outono
7- Allegro (Outono)
8- Adagio Molto
9- The Hunt: Allegro

O Inverno
10- Allegro Non Molto (Inverno)
11- Largo
12- Allegro (Inverno)

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As Quatro Estações é uma das peças mais populares da música barroca (me atrevo a dizer que é a mais famosa do período), e foi composta por Vivaldi em 1723. A obra é constantemente utilizada na cultura popular em trilhas sonoras.

A música de Vivaldi é bela, virtuosa e acessível, sendo de fácil assimilação e portanto perfeita para iniciantes no mundo da música erudita. As músicas são dividas em 4 estações cada uma com 3 músicas que seguem o esquema rápido/lento/rápido escolhido pelo Vivaldi para essa composição.

As primeiras faixas de cada estação são para mim os destaques desse disco, principalmente a do Inverno e seus movimentos que provavelmente inspiraram o Metal Neoclássico, e também a da Primavera e Outono pelo dejavú. As Quatro Estações é uma daquelas obras que contêm muitos trechos conhecidos, e que até então você não tinha parado para ouvir, por uma questão básica que pode ser resumida pelo desinteresse atual pela música, que será abordado em um artigo futuro.

Esses trechos conhecidos ajudam muito na audição do disco, a tornando bem prazerosa, e se você espera uma música calminha vinda desse disco, está enganado! Essa obra é predominantemente rápida com arpejos maravilhosos e muita técnica advindas do senhor Vivaldi, que conseguem dentro do seus rápidos movimentos criar momentos de puro feeling.

A obra inteira possui 39:22 minutos de duração, e pode ser ouvida de qualquer forma, e aconselho que de inicio a ponha como trilha sonora para poder ir se acostumando, e só depois a ouça com toda a atenção possível.

Boa audição.